Os nómadas digitais são uma nova geração de trabalhadores que operam exclusivamente de forma remota e que, por isso, aliam o seu trabalho às viagens, permanecendo por períodos mais ou menos curtos em diferentes países.
A pandemia Covid-19 foi uma grande responsável pela mudança de paradigma no mercado de trabalho e mostrou que uma deslocação diária para um local fixo não é, em muitos casos, absolutamente necessária. O trabalho remoto veio, assim, trazer novas oportunidades e experiências para os nómadas digitais, fomentando a criatividade e a produtividade em diferentes destinos.
Se pretende, de alguma forma, rentabilizar o seu imóvel, saiba que esta é uma tendência emergente! Neste artigo, deixamos-lhe algumas dicas essenciais para que consiga arrendar o seu imóvel mais rapidamente… a nómadas digitais.
O que torna Portugal tão atrativo para os nómadas digitais?
Um relatório da Savills Executive Nomad Index revelou que Portugal continua na mira dos estrangeiros e, de forma particular, dos nómadas digitais.
O clima ameno e solarengo, a proximidade com a praia e a montanha, assim como o custo de vida competitivo, são alguns dos fatores mais aliciantes que têm atraído talentos qualificados para o país. Neste ranking, Lisboa ocupou o primeiro lugar e o Algarve o quarto.
O que deve ter em conta para arrendar a sua casa a nómadas digitais?
Se quiser arrendar o seu imóvel a nómadas digitais, lembre-se de que este tipo de arrendamento é muito diferente do arrendamento de quartos a estudantes ou a famílias durante o período de férias.
É importante garantir que o imóvel satisfaz as necessidades específicas deste público-alvo. Afinal, estamos a falar de profissionais ativos que precisam de ter determinadas condições asseguradas. Nesse sentido, garanta que o seu imóvel cumpre os seguintes requisitos:
1. Tem um sinal Wi-fi estável e forte
Sendo o trabalho remoto a palavra-chave, é indispensável que o seu imóvel tenha um sinal Wi-Fi estável e forte. Este é um critério de seleção/exclusão para qualquer nómada digital. Aborde vários fornecedores locais e, se o seu imóvel se localizar numa área mais remota, informe antecipadamente o inquilino sobre a velocidade da internet. Se o imóvel tiver várias divisões, pode ser boa ideia instalar extensores de sinal, de forma a garantir que há cobertura em toda a casa.
2. Tem os equipamentos tecnológicos indispensáveis
Ter um par de headphones a mais, uma máquina de café pronta a entrar em ação, cabos de carregamento ou adaptadores nunca é de mais para os nómadas digitais. Garanta que, em caso de esquecimento, o seu imóvel tem todo o equipamento necessário para garantir altos níveis de produtividade a estes profissionais.
3. Tem uma área de trabalho específica
Também será necessário acautelar uma área de trabalho funcional. Afinal, trabalhar na mesma mesa onde se almoça ou janta, não é algo muito atrativo. Para além disso, lembre-se de que os nómadas digitais passam algum tempo em reuniões remotas com as suas equipas, pelo que ter um espaço de trabalho e um background desimpedido e minimamente profissional, vai ser um grande ponto a favor.
Elementos tais como cadeiras ergonómicas, suportes para computadores, monitores de apoio, suporte para os pés, impressoras e algum material de escritório são bons toques adicionais.
4. Está preparado para estadias mais longas
Muitos nómadas digitais permanecem no país por períodos mais ou menos longos. Por isso, garanta que o seu imóvel está preparado com todos os equipamentos necessários. Uma cozinha funcional e completa e uma máquina de lavar e/ou de secar são alguns indispensáveis. Se fizer muito frio ou muito calor na sua região, instale um sistema de ar condicionado e garanta que os seus inquilinos estão confortáveis independentemente da estação do ano.
5. O valor da renda é razoável
Se durante o período de férias muitas famílias até estão dispostas a investir ligeiramente mais para conhecerem determinado destino, o mesmo não acontece com os nómadas digitais. Lembre-se de que, para eles, o período de arrendamento terá de corresponder a um investimento aceitável. Nesse sentido, analise o mercado e proponha rendas razoáveis. Se não souber ao certo qual é a renda adequada para o seu imóvel, entre em contacto com um consultor imobiliário da sua zona.
Ler mais: Quer arrendar casa? Saiba como definir a renda adequada para o seu imóvel
6. Proporciona uma imersão no destino
Acima de tudo, não se esqueça de que os nómadas digitais viajam para conhecerem diferentes destinos e culturas. Por esse motivo, é fundamental ajudá-los a integrarem-se nas comunidades locais. Proporcione tanta informação quanto possível sobre o destino e crie uma rede de parceiros forte que possa recomendar. Restaurantes, lavandarias self-service, mercearias ou padarias… Tudo o que possa ajudar o seu inquilino a viver genuinamente o destino vai acrescentar valor à estadia e, por conseguinte, ao seu imóvel.
Novo visto para nómadas digitais em vigor desde outubro
Se Portugal já era um destino atrativo para os nómadas digitais, desde o dia 30 de outubro, ainda é mais. Isto porque foi lançado recentemente um novo visto para nómadas digitais que prevê medidas específicas para trabalhadores remotos no país.
Se até aqui os profissionais que quisessem trabalhar remotamente em Portugal tinham de requerer o visto D7 – pensado idealmente para reformados e outros sujeitos com fontes de rendimento passivas – para obter residência no país, com a entrada em vigor das alterações à Lei n.º 23/2007, o recurso a este visto deixou de ser necessário.
Para terem acesso aos vistos de estada temporária e visto para autorização de residência para nómadas digitais, é apenas necessário:
- Comprovar o seu o vínculo laboral ou a prestação de serviços, consoante o caso;
- Comprovar a residência fiscal;
- Comprovar que os rendimentos médios mensais nos últimos três meses são de valor mínimo igual a quatro salários mínimos nacionais. Isto é, pelo menos, 2.820 euros considerando o valor atual do salário mínimo nacional de 705 euros.
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Qual é o impacto dos vistos para nómadas digitais no setor imobiliário?
Espera-se que a adoção destas novas medidas seja sentida no mercado imobiliário, devido à crescente procura de habitação por este público-alvo. Assim, se pretende rentabilizar o seu imóvel, esta pode ser uma boa porta de entrada.
Também foi já anunciado que o novo programa de vistos para nómadas digitais vai ser ajustado para estimular as regiões do interior do país, de forma a evitar apenas cidades como Porto e Lisboa sejam destinos escolhidos para residir.
Como arrendar um imóvel a nómadas digitais?
Este tipo de arrendamento, nos termos do artigo 1095.º do Código Civil e tratando-se de contrato com prazo certo, não está sujeito a que o prazo de duração do contrato tenha de ser no mínimo de um ano.
Para arrendar o seu imóvel a nómadas digitais, não hesite em entrar em contacto com um consultor imobiliário independente, totalmente capacitado para o acompanhar neste processo.