A compra de um imóvel, para além de ser, para a grande maioria das pessoas, o investimento de uma vida, pode ser um verdadeiro jogo financeiro. Procurar a casa ideal – que, só por si, é já bastante complexo – é apenas uma parte do processo, que passa também por conseguir o melhor crédito habitação e por uma série de outros processos burocráticos.
É por isso que, na maioria dos casos, os clientes compradores optam por contar com o apoio de um consultor imobiliário. Estes profissionais, para além de serem especialistas numa dada zona geográfica e de facilitarem a procura de casa, têm uma vasta rede de contactos com outros profissionais tais como, intermediários de crédito, advogados ou notários.
Pode ler o artigo Porquê contratar um consultor imobiliário para vender o seu imóvel?, onde listamos todas as vantagens de ter um acompanhamento especializado na íntegra.
Com ou sem apoio de um profissional, a verdade é que, muitas vezes, os clientes compradores são apanhados de surpresa com os custos associados à compra de casa, com os quais não estavam a contar. Nos casos em que o orçamento já está a chegar ao limite, e em que não há margem de manobra, estes custos “extra” podem ser determinantes.
É por isso que, neste artigo, vamos falar de todos os custos inerentes à compra de um imóvel, para que saiba exatamente o que esperar.
O dinheiro de entrada
Não sendo um custo adicional porque, na verdade, já faz parte do valor total que irá pagar pelo imóvel, é importante que tenha em mente que vai necessitar de avançar com uma entrada. Apesar de não ser um custo acessório ao processo de compra de imóvel, a entrada para uma casa representa uma fatia tão grande do investimento inicial, que é sempre importante mencionar. O valor de entrada costuma ser, pelo menos, 10% do valor total do imóvel. Assim, se considera comprar uma casa, por exemplo, na ordem dos 150 000 euros, lembre-se de que terá de investir pelo menos 15 000 euros na entrada. Muitas pessoas consideram recorrer a um crédito pessoal para este efeito, contudo, lembre-se que isso pode dificultar a aprovação do seu crédito habitação. O ideal será mesmo conseguir poupar o suficiente para dar este passo.
Impostos
IMT - Imposto Municipal sobre transmissões onerosas de imóveis
Vamos começar pelo IMT. Deve ter consigo, no dia da escritura do imóvel, o comprovativo de pagamento deste imposto. De forma simples, o IMT é um imposto que é calculado com base no valor patrimonial tributário ou sobre o valor declarado na escritura – depende do valor que for mais alto. Para determinar o valor deste imposto é tida em conta a taxa a aplicar e a parcela a abater, que podem variar consoante a zona. Os valores da taxa a aplicar e da parcela a abater podem ser consultados no portal das finanças.
Em alguns casos, e de acordo com requisitos específicos, é possível pedir a isenção deste imposto, pelo que não hesite em interrogar o consultor imobiliário que estiver a acompanhá-lo.
A APEMIP dispõe de um simulador online do IMT, que vai ajudá-lo a ter uma ideia do valor deste imposto.
Imposto de selo sobre a compra
O imposto de selo é pago na aquisição de imóveis. No caso de quem quer comprar casa, o imposto de selo – cuja taxa fixa está agora nos 0,8% – terá de ser pago no ato da celebração da escritura do imóvel. Esta taxa é aplicada, tal como acontece com o IMT, sobre o valor patrimonial tributário ou sobre o valor declarado na escritura – dependendo do valor que for mais alto.
Escritura e registos
Escritura
O custo da celebração da escritura também deve estar incluído nos seus planos. Este custo não é fixo, pelo que varia consoante o local onde for realizada a escritura, dependendo das tabelas próprias de cada estabelecimento. Se procura sítios onde pode poupar, é aqui. Conheça os preços dos vários notários ou conservatórias e considere também a modalidade Casa Pronta. Este serviço é disponibilizado pelo Ministério da Justiça e permite realizar, de forma imediata, todas as formalidades necessárias à compra de imóveis. Se explorar bem todas as opções para fazer a escritura, conseguirá poupar algumas centenas de euros.
Crédito à habitação
Se vai recorrer a crédito habitação que, normalmente, é o que acontece com grande parte dos compradores, existem alguns custos adicionais que vai ter de considerar.
Comissões Bancárias
Se decidir recorrer a crédito, terá de começar por pagar ao seu banco as comissões de avaliação do imóvel. Isto porque, para que o banco lhe conceda o crédito que precisa, é necessário que saiba de antemão o valor efetivo do imóvel. Também os custos de análise do crédito terão de ser cobertos, naquilo que vulgarmente se apelida de comissões de dossier ou comissões de estudo ou abertura.
Por fim, terá ainda de cobrir as comissões de formalização do contrato que, de forma sucinta, servem para cobrir os custos administrativos e burocráticos que o banco teve ao longo do processo.
Imposto de selo sobre o financiamento
Sabemos que a lista já vai longa mas, para além do imposto de selo sobre a compra, se recorrer a crédito habitação, terá ainda de pagar o imposto de selo sobre o financiamento. Este imposto traduz-se no pagamento de uma taxa fixa de 0,6% sobre o valor financiado para contratos com um prazo de pagamento superior a 5 anos.
Mútuo com hipoteca
A hipoteca que incide sobre o imóvel é a garantia do contrato de mútuo bancário. Implica, aquando da contratação de um crédito, que o banco exija uma garantia do pagamento do empréstimo que, neste caso, é uma hipoteca que recai sobre um imóvel (normalmente sobre o imóvel financiado) ou outra coisa equiparada. Implica um registo adicional para todos aqueles que querem comprar casa, recorrendo a um crédito habitação.
Ler mais: Saiba o que são fundos imobiliários e como pode investir num
Seguro de Vida
Para conseguir aprovação ao crédito habitação, terá ainda de suportar os custos de um seguro de vida, que serve como garantia em caso de morte do titular (ou de um dos titulares) do contrato mútuo. Este valor é variável e em muito depende do prestador de serviços ao qual decidir recorrer, bem como da saúde e do histórico clínico das pessoas seguradas, entre outros. Ora, sendo este um custo variável, aqui está outra janela de oportunidade para tentar as melhores condições possíveis e poupar dinheiro com a compra de casa.
Seguro Multirriscos
Na verdade, o único seguro obrigatório por lei é o seguro contra incêndios para os edifícios em regime de propriedade horizontal. Contudo, muitos bancos e companhias de seguros acabam por vender seguros multirriscos que, para além de incluírem a cobertura de incêndio, são mais abrangentes e contemplam coberturas para outros riscos, tais como, inundações, roubo, aluimento de terras ou tempestades, etc.
Outros custos
Finda a fase inicial de compra de habitação, não se esqueça de que haverá outros custos que deve considerar, numa base mensal e/ou anual. Alguns exemplos são:
- Prémios de seguros;
- Custos mensais de condomínio;
- Outras despesas que entretanto surjam referentes, por exemplo, à manutenção do imóvel;
- Imposto Municipal sobre Imóveis – IMI (pagamento anual)
Efetivamente, os custos para comprar casa são significativos. Contudo, face à existência de poucas opções para arrendamento, a compra de casa continua a estar no plano de muitas famílias.
Se este é o seu caso, convidamo-lo a utilizar a nossa ferramenta de estimativa de valor de imóveis para ter uma ideia do valor de que pode precisar para comprar a casa dos seus sonhos.
Não se esqueça de validar sempre os resultados do simulador com um consultor imobiliário iad, que irá ajudá-lo a conduzir todo o processo com bastante mais tranquilidade.
Entretanto, veja todos os imóveis para venda da iad Portugal e, quem sabe, se não encontra a sua casa de sonho entre eles.